quarta-feira, 14 de setembro de 2022

Aula-Campo Nos Tempos do Imperador - Visitando A Pequena África! (Texto originalmente publicado no akairoscurso.blogspot.com)

(Texto originalmente publicado no akairoscurso.blogspot.com) 

Por Fabiano Lima

Professor de Historia, Mestre em Educaçao (UFRJ)

Pedagogia (UniRio)

Professor no Akairos Curso.



Neste ultimo sábado dia 23 de outubro de 2021, eu em conjunto com a equipe do @akairoscurso levamos os nossos estudantes para a aula campo "Nos Tempos do Imperador", e visitamos a Pequena África, na Praça Mauá, no Centro do Rio de Janeiro.


A novela das 18 horas foi o mote, já que a Rede Globo mostra de forma realista o espaço como era na época do segundo reinado.



Começamos com uma atividade com imagens/fotos antigas da Praça (Barão de) Mauá (1910), onde as crianças tinham que identificar os espaços (predios e monumentos) e as suas transformações ao longo do tempo, e debatermos sobre a memória e patrimônio. Fotos antigas do lugar como praia, rua, estacionamento, viaduto... Cais... E hoje é um grande parque com linha de VLT e museus.




Subimos até a Igreja de Sao Francisco da Prainha, construçao datada de 1696, a mais antiga da cidade, e contamos as historias relativas este lugar, que foi cenario de esconderijo de franceses durante a invasão ao Rio de Janeiro (1711).




Fomos até a Pedra do Sal, e discutimos o trafico humano de pessoas vindas da África, e a cultura e origem do Samba e da MPB, e a importancia do Morro da Conceição na cultura musical.




Visitamos o Cais do Valongo e da Imperatriz e discutimos a memória que foi apagada da escravidão e do Imperio com as obras de Pereira Passos (1902), e a importancia de resgatar o espaço que se tornou, hoje, memória da escravidão, que não tem perdão, e precisa ser relembrada pela crueldade que foi feita. A professora Adriana  fez uma fala sobre a importância do espaço para a história dos negros no Brasil. Lembrou o formato das pedras do chão do cais, e discutiu como era feito o mercado de escravizados. Pessoas eram desnudas e postas como mercadorias, desfazendo qualquer sentido de serem humanos. Adriana ainda falou que nós precisamos olhar este espaço e lembrar todo dia que seriamos nós, favelados, com descendencia africana, os escravizados da época. Eu, Professor Fabiano, concordei e falei que graças as lutas de politicos negros, esses horrores não acontecem mais. Porém, ainda vivemos uma sociedade racista estrutural, onde pessoas pretas e politicas são mortas como o que houve com Marielle Franco. Inclusive, passamos em frente ao Instituto que leva o seu nome, e ainda falamos do monumento a primeira mulher negra bailarina do Teatro Municipal, Mercedes Baptista, exposta no Largo da Prainha, que já foi um mercado de tráfico humano.




Terminamos a tour no Jardim Suspenso do Valongo, onde discutimos como a memoria pode ser manipulada, quando estatuas são retiradas do seu contexto (cais da Imperatriz) e recolocadas para enfeitar um passeio público (1902).




Para mais fotos da atividade, siga-nos no Instagram! @AkairosCurso, e lá tem muito mais novidades!!!

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