1. Antecedentes
D. Pedro I decidiu ir a Portugal para defender a sua descendência, já que com a morte de seu pai, D.João VI, quem herdaria o reino seria ele próprio. Entrou em briga contra o seu irmão mais novo, Miguel que tinha se autoproclamado Rei de Portugal.
Pedro deixou no Rio de Janeiro o seu filho, Pedro de Alcântara, aos cuidados do abolicionista José Bonifácio em 1831. Pela constituição na época, em caso de vacância de Rei ou Rainha e menoridade do príncipe herdeiro, seria organizada uma regência com 3 líderes votados pelo legislativo.
Liberais em vários lugares do Brasil viram oportunidade de rompimento com regime monárquico, e organizaram revoltas pela emancipação de estados, como argumento principal, a diminuição/isenção de impostos (Farroupilha, 1835-45) e reformas abolicionistas (Malês, 1835; Cabanagem, 1835-40; Sabinada 1837-38; Balaiada 1838-41).
As revoltas desestabilizaram a União das províncias/Estados à Regência/Império, e como parte de ações para centralizar o País, um Golpe de Maioridade, embasado em projeto de lei organizado pelos Monarquistas dos grupos liberais e restauradores, que deu a D. Pedro o direito de governar aos 14 anos de idade. Maçom, tinha afastamento com a igreja católica, teve desavenças devido limitação de poder contra o clero. A Inglaterra, sua devedora desde a Independência, cobrava por ações abolicionistas, para aumento de demanda de mercado.
2. O Café e a Revolução Industrial tardia
O Café crescia como principal economia no Brasil, implantado pela primeira vez no Pará, por Francisco de Melo Palheta, se espalhando pelo vale do Paraíba durante os séculos XVII-XVIII, com devastação de florestas tropicais e poluição do ar pelas queimadas.
Com tributos sobre o café, e incentivos da Tarifa Alves Branco que deixou mais caro o produto importado, criou-se um projeto industrial no Brasil liderado pelo Barão de Mauá (1846-1860), construiu-se ferrovias, hidroeletricidade e convidou industrias multinacionais para cá, até as empresas de Mauá serem sabotadas com um incêndio, em Niterói (1857).
A Era Mauá, é considerada no Brasil uma revolução Industrial tardia, devido ter sido um período de grande incentivo industrial, longe do que foi o processo de Industrialização na Europa entre os séculos XVII-XVIII.
3. Crise na américa latina
D. Pedro II envolveu o Brasil em tensões internacionais, como a Guerra do Paraguai (1864-1860) onde em tríplice aliança com Argentina e Uruguai, devastou cidades Paraguaias, pela morte de Solano López, presidente paraguaio, que desejava privilégios de navegação nos rios entre as fronteiras.
Concedeu títulos de Coronéis à Ruralistas que levassem guardas para lutarem na Guerra, sob promessas de vantagens econômicas e cartas de alforrias a homens negros que fossem para a Guerra. A alforria foi dada, mas não houve vantagens econômicas aos ruralistas.
4. Crises com Ingleses e o Abolicionismo
Foi envolvido em crises com a Inglesa Rainha Victória, devido a falta de compromisso com um projeto abolicionista, e a criação da Tarifa Alves Branco (1844), e o afundamento de um navio inglês na costa do sul (1862) que teve seus tripulantes presos.
A Inglaterra criou a Lei Bill Aberdeen (1845) que dava ordem à marinha inglesa de sabotar navios vindos com pessoas escravizadas da África, para pressionar aprovação de leis abolicionistas brasileiras, e também como resposta a Tarifa Alves Branco (1844) que deixava os produtos ingleses mais caros.
A crise do navio afundado foi intermediada pelo Embaixador Willian Christie, que acusou D. Pedro II de negligência com o caso. O caso foi resolvido com um pedido de desculpas formal pela Rainha.
Leis abolicionistas foram aprovadas (1850-1888) por pressão de movimentos negros na época, com liberais, abolicionistas, e exigências Inglesas. Pessoas Negras tinham destaque na política, como André Rebouças, que foi um engenheiro e político e abolicionista na época.
5. Oportunismo dos Agroempresários sobre Imigrantes Europeus
No exterior ocorriam Guerras de Unificação Alemã e Itálica, durante o final do século XIX. Empresários e ruralistas brasileiros, viram com oportunismo o estado de pobreza dos imigrantes, devido as aprovações de leis abolicionistas, e assim fretaram navios para trazerem europeus pobres para o Brasil, para trabalharem sem direitos em suas terras e indústrias.
Sintetizando
O Segundo Reinado foi palco de diversas crises nacionais e internacionais. A Guerra do Paraguai (1860) teve como resultados o retorno de guardas que ficaram sem apoio do Estado, e de Coronéis que perderam seus escravizados, que eram os seus bens.
Uma Lei de Terras tinha sido criada em 1850, mas privilegiou apenas quem já tinha bens e terras, ou seja, pessoas pobres sem bens não tinham direitos para ocupar terras, muito menos, quem era descendente de ex-escravizados da África, pobres. Quem veio alforriado e pobre da Guerra do Paraguai, não tinha bens e mercado de trabalho garantidos pelo governo.
Ou seja, ruralistas e o exercito já não eram muito contentes com o desfecho político da Guerra e sobre as distribuição dos privilégios e bens.
Leis abolicionistas eram objeto de pressão dos Ingleses, que acreditavam que, se os escravizados se tornassem trabalhadores livres, participariam mais do mercado, e assim, comprariam os seus produtos importados desde o acordo de abertura dos portos às nações amigas em 1808.
Como as leis abolicionistas aprovadas ( Eusébio de Queirós, Ventre Livre, Sexagenários e Áurea; 1850-1888), após pressão de grupos políticos negros, liberais, abolicionistas e representantes da Inglaterra, os representantes e donos agroindustriais miraram em outra forma de gerar trabalho com mão de obra barata, que foi explorando agora, imigrantes europeus. A Europa estava em crise com as guerras de unificação alemã e itálica no fim do século XIX, e muitas pessoas lá estavam na linha da pobreza. Os agroindustriais fretaram navios para trazerem essas pessoas para trabalharem no Brasil de forma sucateada.
A pressão Inglesa pela abolição tem como estopim a criação da Tarifa Alves Branco (1844) que deixou produtos ingleses mais caros. Como resposta a Rainha Victória aprovou a criação da Lei Bill Aberdeen (1845) que intervinha sobre navios com pessoas escravizadas da África. Essa lei, pressionou a criação da brasileira Eusébio de Queirós (1850) que deu fim no tráfico de pessoas escravizadas da África.
Um navio inglês afundou na costa do sul do Brasil (1862) e o embaixador acusou o Brasil de negligência, e depois a Rainha Victória perdoou o governo Brasileiro.
O Café era lucrativo desde o século XVIII, e isso incentivou uma Revolução Industrial Tardia no Brasil, impulsionada pelas visões do Barão de Mauá. Tivemos avanços com a hidreletricidade e ferrovias, mas ruralistas temiam o cenário externo do café com as guerras na Europa e os projetos abolicionistas. Mauá teve suas empresas sabotadas e entrou em falência.
A Igreja Católica exigia o cumprimento da constituição
de 1822 que lhe dava poderes, mas D. Pedro II era maçom, e a Maçonaria era anti-clériga.
D. Pedro II chegou mandar prender bispos revoltados, e depois, perdoou a
igreja.
Assim, somou a desavença com ruralistas e ex-integrantes e integrantes do exército ao conflito com a Igreja e os principais ruralistas e empresários brasileiros, que eram maçons.
O Golpe de 15 de novembro de 1889, ou a Proclamação da República, ilustrou o descontentamento do exército, de ruralistas, empresários e da igreja que disputavam poderes e bens durante o reinado de Pedro II. Fora os mais pobres descendentes de negros, que foram excluídos de projetos sociais nunca aprovados pelo sistema monárquico com parlamentarismo "às avessas", já que o parlamento não tinha representação democrática.
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